Jaqueline Silveira

Desvio em Cacequi serve de lição para prefeituras

18.308

A cidade de Cacequi está perplexa com a notícia de um desvio de recursos do fundo de aposentadorias e pensões do município e que veio à tona na última segunda-feira. O rombo, que deve superar os R$ 4 milhões, era, supostamente, praticado por uma funcionária, que era cargo de confiança (CC) há três administrações, portanto uma servidora temporária, já que não era do quadro efetivo da prefeitura.

Investigação aponta desvios milionários em fundo de pensão de Cacequi

O caso está sendo investigado pelo Ministério Público e pela própria prefeitura. Mas, segundo a administração municipal, a servidora era quem controlava o fundo e a folha de pagamento. O rombo só foi descoberto pelo Sistema de Controle Interno em uma verificação sobre o déficit do fundo, que estaria muito superior à projeção, caso os repasses fossem regulares, o que, claro, não era.

Os desvios seriam maquiados com relatórios falsos. Responsável pela fiscalização externa, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) recebia a documentação correta e no retorno é que a funcionária, supostamente, alterava os dados e desviava o dinheiro para sua conta. Com o controle da folha e do fundo, além de conhecida dos colegas e CC em três gestões diferentes, a funcionária não levantou suspeita. Talvez o rombo já se protelava há muitos anos e o valor seja bem superior a R$ 4 milhões.

MP inicia investigação para apurar desvios milionários do fundo de pensão de Cacequi

O Executivo calcula que os desvios ocorreriam desde 2015, mas uma auditoria deverá ser contratada para apurar as irregularidades a partir de 2013. Só a investigação poderá apontar esses dados de forma mais precisa.

Ainda há muitas pontas soltas e faltam respostas sobre o rombo, mas o certo é que esse desvio serve de lição para outras prefeituras.

Primeiro: não pode uma única servidora ter o controle de tanto dinheiro, ou seja, além de administrar a folha de pagamento do funcionalismo, cuidar dos repasses ao fundo de previdência. Segundo, o Executivo precisa ter mais servidores, de preferência da contabilidade, responsáveis por esse controle. Terceiro, não pode uma funcionária temporária cuidar e ter acesso a dados tão importantes. Isso é tarefa para servidores do quadro.

No caso de Cacequi, a funcionária, que foi exonerada, teria tido a vida muito facilitada para desviar recursos para sua conta sem levantar suspeita.       

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Simers faz denúncia contra vereador Tony Anterior

Simers faz denúncia contra vereador Tony

O impressionante Clube Dores - parte 1 Próximo

O impressionante Clube Dores - parte 1

Colunistas do Impresso